Jóia-amuleto sincrética (afro-brasileira e cristã), destinada a proteger a portadora do *mau-olhado e a atrair para ela a fertilidade. Muito comum no Brasil, é constituído por um ou mais cordões em ouro ou prata, usados à cintura, dos quais pendem distintos amuletos (entre 20 a 50), a saber: *figa, *meia-lua, *moeda com cruz, *cruz, *signosaimão, *arrelica, *cornicho, *coração, *romã, pomba, etc., numa sequência não aleatória. O viajante norte-americano Thomas Ewbank observou tais penduricalhos ou berloques em mulheres negras, mestiças, brancas e até em crianças, no Rio de Janeiro, durante o século XIX. Outrora, Minas Gerais foi o maior centro produtor das pencas de balangandãs, outra das designações deste amuleto compósito, doravante, muito difundido na Baía, de onde são oriundas as mais elaboradas peças desta joalharia, sacralizada nos terreiros antes de usada. Hodiernamente, os balangandãs-pulseira, produzidos na Turquia, são uma variante muito popular entre as adolescentes nacionais.
Fragmento do livro AMULETOS da Tradição Luso-Afro-Brasileira de Manuel J. Gandra
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