"Diferentemente do que Stefan Zweig, em seu Brasil, país do futuro, Agostinho da Silva não declarava o Brasil país do futuro porque estivesse atrasado e um dia iria alcançar a Europa, mas porque estivesse adiantado e precisaria esperar, sacrificando-se para que a Europa evoluísse no que realmente interessa, ou seja, nas “capacidades de simpatia humana, de imaginação artística, de sincretismo religioso, de calma aceitação do destino, de inteligência psicológica, de ironia, de apetência de viver...”, diz no seu “Ensaio
para uma teoria do Brasil”.
Agostinho não declarava também o Brasil país do futuro para agradar os brasileiros, antes para desafiá-los como um mensageiro que veio da Europa para confirmar que aqui é o “futuro do passado” e que no nevoeiro em que o mundo está – assim como estava nos tempos em que Fernando Pessoa escrevia a sua "Mensagem" – “é a hora” de agir[...].
Henryk Siewierski (Prefácio, "Condições e Missão da Comunidade Luso-Brasileira e outros ensaios")
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