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Fraudes montadas sobre o tema O BRASIL COLÓNIA

As pesquisas que envolveram o tema sobre O BRASIL NÃO FOI COLÓNIA na década de 1940/50/60 levantaram uma singela e desprezível bibliografia onde foram analisados 150 mil documentos/fontes primárias, um feito titânico que levou décadas de pesquisa para se poder concluir o mínimo possível sobre o assunto e que de modo algum está esgotado. Ainda há muito por fazer. E, mesmo diante desse número 150 MIL DOCUMENTOS PRIMÁRIOS, a historiografia nacional tem o desplante de continuar afirmando uma tese que foi tida como sem base científica até pela Escola dos Annales na França em 1929. O Brasil é o pais das farsas mastodônticas.

 

Antes dos historiadores Tito Lívio Ferreira e Manoel Rodrigues Ferreira na década de 1940 se debruçarem sobre o problema do BRASIL COLÓNIA outros intelectuais de peso já o tinham feito: JOSÉ PEDRO GALVÃO DE SOUZA e ARLINDO VEIGA DOS SANTOS (de codinome O MESSIAS NEGRO). A historiografia nacional ignora solenemente todos esses personagens. Quem foram esses intelectuais? Abaixo breves palavras.

ARLINDO VEIGA era PRETO formou-se na Faculdade de Filosofia e Letras de São Paulo (1926) e lecionou na Faculdade São Bento e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Era monarquista ferrenho. Fundador e Presidente da Ação Imperial Patrianovista Brasileira. Nenhum movimento negro cita Arlindo, por quê razão?


GALVÃO DE SOUSA, especialista em Direito Português Medieval, fundou a Faculdade Paulista de Direito, tendo sido seu vice-diretor. Lecionou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas), na Faculdade de Filosofia e Letras de São Bento, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, na Faculdade de Comunicação Social “Casper Líbero” da qual foi diretor, na Faculdade de Direito da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) e na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo. Foi professor visitante de Filosofia Política da Faculté Libre de Philosophie Comparée, em Paris. Vide: SOUSA, José Pedro Galvão de (1982). Apresentação. In: VOEGELIN, Eric. A nova ciência da política. Col: (Coleção Pensamento Político, 12). Traduzido por José Viegas Filho 2. ed. Brasília: Editora UnB. pp. 5–10

TITO LÍVIO, professor de História da Idade Média e de História de Portugal na Faculdade de Filosofia de São Bento da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; um dos fundadores da Ordem Nacional dos Bandeirantes, da Academia Paulista de História (APH) condecorado em 1954, pelo Governo de Portugal com a Ordem de Cristo.

MANOEL RODRIGUES FERREIRA, formou-se em Engenharia no Mackenzie, deu aulas de Matemática e Física, foi engenheiro de carreira do Departamento de Estradas de Rodagem da Secretaria dos Transportes do Estado de São Paulo e desbravou o Brasil Central e do Norte.Foi vanguardista dentro do Mackenzie. Sua obra A EVOLUÇÃO DO SISTEMA. ELEITORAL BRASILEIRO é referência dentro do Judiciário brasileiro, incluso no STF.

 

Vídeo com MANOEL RODRIGUES FERREIRA, um dos autores da descoberta que o BRASIL NÃO FOI COLÓNIA DE PORTUGAL:

“Publicado em 12 de ago de 2012 “Entrevista do saudoso engenheiro, historiador & jornalista Manoel Rodrigues Ferreira, autor do legendario livro “A Ferrovia do Diabo” (Ed. Melhoramentos-1960). A triste & surreal historia da inacabada Ferrovia Madeira-Mamoré, localizada na Amazonia que se confunde com a trajetoria infeliz dos trilhos brazyleiros. Como (inicio do sec. XX) tudo começou & acabou, atraves de fotos, fatos, relatos & documentos. Seu livro foi a referencia principal para os autores da miniserie “Mad Maria”, produzida e exibida pela Rede Globo de Televisão e pelo Canal Futura ( Globosat) entre 25 de janeiro e 25 de março de 2005, em 35 capítulos. As photos rarissimas, de sua propriedade contidas no seu livro, foram usadas à exaustão durante toda a mini-serie, que foi exibida em outros paises também. Lutou até o fim da vida para ver seus direitos reconhecidos & ressarcidos. Em vão. Nunca viu seu nome citado nos creditos da mini-serie, nem nos jornalisticos da emissora & nunca recebeu um centavo de direitos autorais da poderosa empresa brasileira de comunicação. Faleceu recentemente, aos 94 anos de idade. Tive o privilegio de privar de sua amizade & compartilhar conversas maravilhosas & didaticas nos ultimos anos de sua vida. Era um gentleman genuino.”- (http://romance-historico.blogspot.com.br/)

“A Ferrovia do Diabo- Historia de uma Estrada de Ferro na Amazonia”. Livro que “redescobriu” (em 1960) e salvou da destruição total (em 1971) a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e sua documentação. A “redescoberta” da ferrovia, esquecida do resto do País, começou em 1956, quando Manoel Rodrigues Ferreira recebeu uma série de fotos tiradas no início do século (1907-1912) pelo norte-americano Dana Merril — fotógrafo oficial do trust Farquhar durante a construção. Das mais de 2 mil chapas fotográficas em vidro (tecnologia da época), e localizadas num barraco no interior de São Paulo, puderam ser salvas apenas as 200, que o autor guardou. As outras foram jogadas fora pelo detentor do acervo, antes do tombamento, que só veio a ocorrer na década de 1980. De posse dos negativos em vidro, Manoel Rodrigues Ferreira publicou uma série de 15 reportagens no jornal paulistano “A Gazeta”, em 1957, após 3 meses pesquisando o que pôde encontrar sobre a história da EFMM em São Paulo. Ao reescrever o material para editar o livro, em 1960, imaginou o título — que só então passou a ser o apelido da ferrovia. Em meados de 1971, Manoel Rodrigues Ferreira foi procurado por um “fã” interessado em obter um exemplar do livro, esgotado havia anos. O “fã” era nada menos que o camioneiro vencedor de uma licitação (?) para transportar todo o material da EFMM até São Paulo, onde seria sucateado. O assunto foi levado pelo à imprensa por Manoel Rodrigues Ferreira, e o sucateamento da ferrovia foi provisoriamente detido. A edição de 1981 — quando um pequeno trecho da ferrovia já estava sendo reativado com fins turísticos — inclui novos capítulos, narrando fatos cabeludíssimos, como a apropriação de terrenos por comerciantes, e a destruição de toda a documentação histórica da EFMM pelo Exército, em uma imensa fogueira. Após a exibição pela TV da série “Mad Maria” (Jan. 2005), a Ed. Melhoramentos tornou a lançar nova edição do livro, atualizada (13,5 x 20,5 cm; 408 páginas).-(Fonte: Site “Centro Oeste Brasil”-Trens, Ferrovias & Ferreomodelismo)”

 

Dentro do Brasil qualquer intelectual para falar que as teses de Galvão de Sousa, Arlindo Veiga dos Santos, Tito Lívio Ferreira e Manoel Rodrigues Ferreira estão incorretas que façam antes o trabalho de casa e revisem, com todo o rigor acadêmico possível, os 150 MIL DOCUMENTOS PRIMÁRIOS que eles levantaram a analisaram por décadas a fio, e rebatam os mesmos, além de apresentar, claro, fontes de documentação da COROA PORTUGUESA que faça frente ao debate e que desmonte os argumentos. O recurso de apelar para comentaristas do comentaristas do comentarista por óbvio, não é digno de crédito. Esse trabalho, presumo, levará algumas décadas, caso tenha alguma seriedade.

 

A “seriedade” de certos intelectuais brasileiros é formidável. Eles admitem a possibilidade de debater temas desde que a linha que defendam seja preservada do debate. No Brasil não existe discussão acadêmica, existem guetos. Um gueto funciona assim: ele escolhe o assunto/tema que vai defender e sai em busca de DOCUMENTOS PRIMÁRIOS para ajustá-los ao tema eleito. Ou seja, produzem história sob encomenda. Se isso não é fraude documental, que nome poderá ter?

 

O tema da ILHA BRASIL é outro pedaço do quebra-cabeça do BRASIL NÃO FOI COLÓNIA. A ILHA BRASIL envolve, entre outros, os projetos de mineração durante o período Filipino e pós 1640.

 

Uma das mentiras da tese do BRASIL COLONIA que é preciso desmontar é a quantidade de gentios (índios) que foram assassinados pela Coroa Portuguesa. Os livros antigos afirmavam que o saldo era algo em torno de 5 milhões de gentios/indios. Os mais recentes, contabilizam 3 milhões. Bem, façamos as contas. Eu já fiz e recoloco de cabeça os cálculos, que podem estar imprecisos. Mas, vamos lá. De 1500 a 1822 a Coroa Portuguesa matou 5 milhões. Isso significa que, de modo sistemático os portugueses precisariam MATAR DIARIAMENTE em torno de 50 índio/dia, SEM FALHAR UM ÚNICO DIA e durante 322 anos ininterrupto. E mais, por durante 322 anos ininterruptos não poderia NASCER 1 único índio porque senão desequilibraria essa conta. Outro ponto, onde estão os documentos oficiais de morte da Coroa Portuguesa ou da Igreja, as assassinas de índios?


Se isso não for uma FRAUDE o que será?

 

Segundo a tese do BRASIL COLÓNIA, uma das ordens religiosas acusadas de assassinar índios é precisamente a Companhia de Jesus, envolvida diretamente com conflitos com os “colonos” pela jurisdição dos índios, variando entre defensora ou detratora da população nativa. Essa linha precisa apresentar argumentos sólidos que justifiquem a razão dos jesuítas assassinarem índios uma vez que Pe. António Vieira os defendia dizendo que eles eram os DESCENDENTES DA BÍBLICA TRIBO PERDIDA DE RUBEN. A historiografia nacional é formidável!

 

AVISO A QUEM INTERESSAR POSSA:

No Brasil, acham que a história só pode ser contada desde que não fira a suscetibilidade de grupos e guetos. Assim, atualmente, tudo quanto se fala sobre Monarquia, sobre Forças Armadas, sobre Maçonaria, sobre Joaquim de Fiore, sobre o Império do Brasil, sobre a República, sobre PSDB/PT/partidos políticos, etc, levanta polêmus. Mas, não se trata do polêmus saudável do debate esclarecedor e erudito onde se faz debate acadêmico a sério. Trata-se do polêmus mesquinho: grupos específicos se sentem ofendidos (?!) quando certos temas vem à baila. Acontece que felizmente a História e a Cultura é o que ela É e não o que gostaríamos que ela fosse. A extensão e profundidade da ofensa não será indicativo de que o ofendido escamoteia algo do público?


Quanto a mim, notifico que o IMUB/CESDIES não arredará um milímetro das suas linhas de pesquisa de mais de 40 ANOS simplesmente porque guetos desejam que certos assuntos permaneçam envoltos em véu de silêncio. Antes dos atuais guetos existirem nós já pesquisávamos há muito. Portanto, nossa pesquisa é um legado que estamos construíndo e deixando para a História e a Cultura dos Povos Falantes de Língua Portuguesa. Esse guetos de cegos presumem que somos ou visionários ou profetas, ou seja, partem do pressuposto que começamos há mais de 40 anos atrás as nossas pesquisas em Portugal simplesmente para ofender ou contradizer guetos brasileiros a partir de 2016. Os habitantes dos guetos, como vivem nos escombros como ratos gambozinos, julgam que no mundo não existe gente séria que trabalha sem subsídios de governos ou de empresas. Guardo ciosamente os emails e inbox de certos guetos e, na hora certa, saberei colocá-los à público.

Nós somos um centro de pesquisa NUNCA subsidiado por ninguém exatamente para termos LIBERDADE de PESQUISA. Guetos lutam por poder ou lugar ao Sol. Guetos forjam a História e a Cultura dos Povos.

A semelhança entre nós e um gueto é a mesma que pode existir entre Platão e o Maníaco do Parque.

 

A continuidade da forja da identidade nacional no Império do Brasil sob o argumento do BRASIL COLONIA:

Em 1838 é criado o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). O IHGB concedeu a premiação ao opúsculo “Como se deve escrever a História do Brasil”, de Carl Friedrich Philippe von Martius. Von Martius afirma que os historiadores deveriam estar “a serviço da Pátria”, escrevendo uma história que defendesse a “Monarquia Constitucional” e que alcançasse o “povo”, com uma linguagem ao mesmo tempo “nobre” e “popular”.

É a história sob encomenda.

 

Exemplo de uma das fraudes montadas sobre o tema O BRASIL COLÓNIA:

No mesmo ano que José Arouche de Toledo Rendon (1823) apresenta seu trabalho sobre os índios, José Bonifácio REAPRESENTA à Assembleia Constituinte um documento que ele havia escrito para as CORTES DE LISBOA: “Apontamentos para a civilização dos índios bravos do Império do Brasil” (Bibliografia: SILVA, José Bonifácio de Andrada e. Apontamentos para a civilização dos índios bravos do Império do Brasil, In: CALDEIRA, Jorge (Org.). José Bonifácio de Andrada e Silva. São Paulo: Ed. 34, 2002). Neste documento Bonifácio afirmou, de modo taxativo, que a primeira e mais fundamental medida com relação aos índios era agir com “Justiça, não esbulhando mais os índios, pela força, das terras que ainda lhes restam, e de que são legítimos senhores. Em outras palavras os criadores do Império “reconheciam”: 1) que os índios eram explorados pela Coroa Portuguesa antes de 1822; 2) a necessidade de definir os direitos dos índios sobre as terras que ocupavam. O primeiro argumento é falso; o segundo, nunca será cumprido. Explico.

Primeiro- ao estudar todos os documentos de D. Pedro I e José Bonifácio enviados às CORTES DE LISBOA não se pode perder de vista a seguinte perspectiva: ambos, para fazer frente às Cortes de Lisboa INVENTAM a tese que o BRASIL FOI COLÓNIA de PORTUGAL. A partir dessa premissa, carregam nas tintas da administração da Coroa Portuguesa. À guisa de exemplo, as ORDENAÇÕES DO REINO e o modelo de CAPITANIAS HEREDITÁRIAS proibiam que se tomasse terras aos índios ou os expulsasse das suas. Então o que se passa? À revelia da documentação portuguesa, os habitantes do Brasil investem contra os índios fazendo exatamente o que a Coroa proibia. Que diabos tem a Coroa com isso? Nada. Exceto no fato que não tinha gente suficiente para inspecionar o cumprimento da Lei e que a distância era um fortíssimo impedimento. Assim, como se pode afirmar que a Coroa explorava os índios antes de 1822? O fato da exploração existiu, mas, é preciso que se dê nome aos bois. Ademais é impensável que o próprio D. Pedro desconhecesse as ORDENAÇÕES DO REINO, o que torna mais grave ainda seu ato contra a Coroa.

Segundo- nova lei do Império dizia que reconhecia a necessidade de definir os direitos dos índios sobre as terras que ocupavam. No entanto, ela apenas garantiu o uso de terras devolutas para “colonização índígena” nos distritos em que existissem “hordas selvagens”, omitindo-se com relação às terras indígenas que possuíam títulos legítimos. É curioso, notar o discurso dicotômico do Império para quem os índios eram vistos como “colonos”e “selvagens”, crítica lançada exatamente contra a Coroa junto as Cortes de Lisboa. Ou seja, o Império não só não fez nada diferente como ANULOU as partes das Ordenações do Reino que proibiam tomar terras aos índios.

Digo mais. Francisco Adolfo de Varnhagen se “interessou” pela questão indígena e ajudou a criar a Seção de Etnografia do IHGB. Não porque gostasse dos índios, ao contrário, seu apoio estava diretamente associado à sua radical recusa de incluí-los, como agentes históricos e sociais na formação do Brasil, postura DIAMETRALMENTE OPOSTA à Coroa Portuguesa. Varnhagem consolidará a imagem dos índios como vadios, sem nenhum direito na Nação, sem cultura nem história, um estorvo ao pais. Oras, por todos os demônios, basta ler sua obra “História Geral do Brasil, sob o título “Discurso preliminar – Os índios perante a nacionalidade brasileira”” para se ter a ideia que tanto Varnhagem quanto o II Império faziam sobre os índios.

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