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OS REIS DE PORTUGAL, DANTE, OS TEMPLÁRIOS E OS CAVALEIROS DO AMOR

Os rigorosos e sérios estudos sobre a Ordem do Templo/Templários e Templarismos exigem estudos de literaturas específicas, aparentemente “fora” do eixo central da temática Templária: 1) Biografia, Memórias, Novela e Romance Histórico; 2) Lírica Trovadoresca; 3) Matérias da Bretanha; 4) Ópera e Teatro; 5) Poesia.

São notórias e consabidas as ligações entre os Templários e os Romances de Cavalaria. Determinadas literaturas respeitantes a essa temática não recebem, notadamente no Brasil, o devido foco por absoluta miopia. Como exemplo, as estultices escritas sobre Dante classificando-o de gnóstico a herege inveterado. Igualmente abundam os malabarismos sobre Beatriz, a Amada, que guia Dante por toda a Divina Comédia. Oras, Dante era um FIEL DO AMOR, um CAVALEIRO DO AMOR. Nessa literatura, a DAMA, a AMADA, ocupa papel de relevo.

Quanto a isso (a AMADA), Sampaio Bruno (in: Os Cavaleiros do Amor), através duma referência que faz a um livro sobre Camões, publicado em 1872, da autoria do general reformado e ensaísta Francisco Evaristo Leoni:

«Petrarca apaixonou-se por Laura na igreja, uma sexta-feira santa; Dante por Beatriz, no mesmo lugar onde se entoavam os louvores divinos; e Boccaccio refere que Panfílio se enamorou de Fiammetta num templo, durante a missa; o que é o mesmo que dizer que ele próprio se apaixonou por uma filha de Roberto, rei de Nápoles, na indicada ocasião. Como a moda pegasse, o bolonhês messire Onesto tomou amores numa igreja uma quinta-feira de endoenças e Fizenzoula no dia de Todos os Santos; Guilherme de Nevers cativa-se na igreja pela filha do conde de Nemours; Ausias March, de Valência, por Teresa de Momboy numa sexta-feira de paixão, etc. etc.» (Bruno 1960, 66).

Complementaremos a compreensão do que se passava nessa época se nos lembrarmos que a tradição cavaleiresca, muito forte nos séculos XII a XIV, supunha um misterioso elo entre o que Ramon Llull (proibido pelos Índices de 1561 e 1581) chama a Ordem de Cavalaria – tal como a descreve num pequeno tratado que tem precisamente por título “Llibre de l’Orde de Cavalleria” – e a Ordem dos Trovadores, que terá no Rei D. Dinis de Portugal (o criador da Ordem de Cristo herdeira e sucedânea legítima da Ordem do Templo de Portugal) o seu mais notório expoente.

Note-se que Ramon Llull não se refere a «ordens» de cavalaria, esta ou aquela em especial, mas à ORDEM DE CAVALARIA, e no capítulo IV do seu tratado vai mesmo mais longe pois refere-se inequivocamente ao «sacramento da cavalaria» (sagrament de cavalleria), o que pressupõe uma hieropoiésis do conceito (Llull 1987, 67). O rei D. Duarte de Portugal, autor do livro cifrado e alegórico LIVRO DA ENSINANÇA DE BEM CAVALGAR TODA A SELA, é um bom exemplo desta Gnose espiritual que vem de longe: a Demanda da Sabedoria equaciona-se com a «CAVALARIA» em quanto arte «CAVALEIRA», ou «CABALEIRA» (de CABALA).

Há muito o que se diga sobre os REIS DE PORTUGAL, os TEMPLÁRIOS e a LITERATURA DE CAVALARIA.


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